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      ´BOOM´ DO MERCADO IMOBILIÁRIO

      Bancos liberaram R$ 8,5 bilhões para habitação

      [justify]A estabilidade econômica tem permitido que muitos brasileiros saiam do aluguel e realizem o sonho da casa própria. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que, até julho deste ano, foram contratados no País R$ 8,525 bilhões em financiamentos habitacionais. A cifra representa 72% a mais do que o montante registrado no mesmo intervalo de 2006. “A expectativa era de fechar o ano com R$ 12 bilhões, mas estamos revendo esse valor e, devido o aquecimento do mercado, devemos chegar em R$ 15 bilhões em empréstimos habitacionais”, diz José Pereira Gonçalves, superintendente técnico da Abecip.

      Apesar do incremento de 60% em relação ao montante de R$ 9,340 bilhões financiados em 2006, Gonçalves ressalta que ainda é pouco, considerando a demanda nacional e a relação crédito x Produto Interno Bruto (PIB). “No Brasil, o sistema de financiamentos corresponde a 32% do PIB. Deste percentual, apenas 5% dizem respeito ao crédito imobiliário. Em países como Espanha, Portugal, Inglaterra e Holanda, essa participação supera 50%”.

      Fatores

      O crédito imobiliário no País ganhou novo impulso desde a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), em 2002, para que os bancos cumprissem a exigência e retornassem ao mercado recursos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). Desde então, foram realizados os devidos ajustes legais com a publicação da Lei 10.931/2004, que instituiu o Patrimônio de Afetação, o uso da alienação fiduciária e a devolução do incontroverso.

      Os ajustes nos marcos regulatórios, o ambiente de estabilidade macroeconômica e a redução das taxas de juros fizeram o crédito imobiliário ganhar mais atenção dos bancos, estimulando a expansão do dinheiro disponível. “Houve nos últimos três anos uma junção de fatores, contribuindo para o boom do mercado imobiliário nacional: a estabilidade econômica, aliada à legislação que deu mais segurança aos agentes atuantes no segmento e o esforço do sistema financeiro em ofertar linhas de crédito compatíveis com a realidade”.

      A maior competição entre os bancos, segundo o diretor da Abecip, está proporcionando condições de financiamento mais vantajosas para os compradores. “Hoje, você tem crédito maior, prazo mais longo de pagamento e até mesmo prestações sem atualização”.

      SEGMENTO OTIMISTA – Metro quadrado varia 481% em Fortaleza/CE

      Com 18 empreendimentos lançados durante o primeiro semestre — representando 1.533 imóveis novos na praça —, o mercado imobiliário cearense espera fechar 2007 com incremento de 60,3% no volume de vendas e de 37,7% no total de unidades comercializadas, em relação ao ano passado. Os dados, do Sindicato da Habitação no Ceará (Secovi-CE), indicam a pujança do setor. Em Fortaleza, o preço do metro quadrado varia de R$ 499,36 a R$ 2,9 mil, com maior procura por apartamentos com três e dois dormitórios em bairros como Varjota, Meireles e Mucuripe.

      O mercado imobiliário no Brasil está crescendo ´com substância´, avalia Sérgio Porto, presidente do Sindicato da Habitação no Ceará (Secovi-CE). Ele diferencia o momento atual no País ao ´boom´ do segmento nos Estados Unidos: “lá, foi concedido tanto financiamento, até mesmo para quem não conseguia pagar. O comprador pegou R$ 130 mil para financiar um imóvel que valia R$ 100 mil; pegou a diferença e gastou no cartão de crédito, no consumo. O recessão veio e o mercado caiu na real: o crédito ficou caro, com juros altos”.

      O presidente do Secovi-CE acrescenta que o Brasil passou mais de 12 anos sem financiamento imobiliário com condições de atender à demanda. “Hoje, a gente tem de crescer com responsabilidade, para evitar que aconteça uma avalanche de crédito no mercado e as pessoas não tenham condições de pagar”, pontua.

      Para o empresário Otacílio Valente, presidente da Coopercon-CE, os próximos meses e o ano de 2008 serão marcados pelos efeitos da ampliação do crédito imobiliário, que vem sendo incentivado desde 2005 e só agora começa a ter reflexos mais efeitivos na construção civil. “O acesso facilitado, associado a uma política de juros mais branda, representam um avanço que repercute por toda a cadeia da construção”.

      Outro aspecto importante é a criação e implantação do PAC. “O programa vai injetar recursos na economia e a construção civil é bastante sensível a esta irrigação de capital”, argumenta Valente.

      OPERAÇÃO ONEROSA – Financiamento precisa ser simplificado

      O problema da habitação no Brasil não é mais falta de recursos. Pelo menos na avaliação do diretor técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves. É a questão da burocracia que ainda envolve as operações. “Hoje, você tem crédito para todos os bolsos. Não vai faltar recursos para atender à demanda”. Ele ressalta que os recursos do FGTS também vão dar impulso ao sonho de muita gente. “O FGTS prevê aplicar R$ 6,8 bilhões este ano. Então, o problema não é crédito”, reforça.

      O sistema de financiamento imobiliário no País precisa ter sua operacionalização simplificada. “Hoje, você financia um carro de R$ 100 mil e sai com ele da concessionária praticamente no mesmo dia. Para obter crédito para uma casa de R$ 80 mil você demora de dois a três meses”, comenta. Segundo ele, a quantidade de documentos e certidões exigidos para originar as operações acabam tornando o processo oneroso. Ressalta que as exigências visam dar segurança.[/justify]

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