Mercado Imobiliário – JRuiz › Fórum › Papo de Corretor › COFECI/CRECI/SINDIMÓVEIS/REDES/ASSOCIAÇÕES › Ética Profissional!
-
AutorPosts
-
mfpatta
Mestre6 de abril de 2006 às 18:36Número de postagens: 1737– A ÉTICA NAS RELAÇÕES IMOBILIÁRIAS – Vou comentar em quatro partes, um assunto que a meu ver representa o nosso “dia a dia” de trabalho… então… da mesma maneira que outros profissionais se preocupam com ações dentro da Ética, creio que além de seguirmos nosso código, devemos seguir mais ainda, nosso instinto, porque no meu entender a Ética deve estar na nossa essência. Este comentário que se segue tem como finalidade harmonizar cada vez mais a nossa atividade, com o pleno conhecimento do importante papel social que abrange nossa profissão.
Primeira parte: Ética nas ImobiliáriasVamos imaginar uma imobiliária padrão… com amplo respeito, companheirismo, trabalho em equipe e distribuição justa de lucros. Neste caso, vamos dar um exemplo: Jorge resolveu ser corretor e criou a Jorge Imóveis Ltda. Após ter estudado, passado por todo o trajeto até a sua filiação junto ao Creci de sua região, alugou uma bela sala, contratou um gerente de vendas, que encontrou por meio de um anúncio do jornal local, e dois corretores com experiência, devidamente motorizados e credenciados. Estipulou horários de trabalho. O gerente tempo integral, o primeiro corretor no turno da
manhã e o outro corretor no turno da tarde. Na sala da empresas eram três mesas. Uma para o Jorge, outra para o gerente e uma outra para ser dividida para os outros dois corretores em turnos alternados.
Em um certo momento o telefone da corretora tocou. Do outro lado da linha um cliente disse “Estou ligando pelo anúncio da casa da Rua Maranhão”. De quem será este cliente? O que foi combinado? O Jorge é o dono da imobiliária, ele tem prioridade? É por ordem de chegada? … não vem ao caso quem vai atender neste momento… espero
que seja alguém que conheça bem o imóvel e faça a descrição correta do imóvel, com bastante transparência e convicção, afirmando ao cliente que a Casa da Rua Maranhão é o negócio do ano e quem comprar este imóvel se sentirá realizado na sua compra e o vendedor mais ainda, pois estará fazendo uma venda saudável e vantajosa.
Aí vem o “xis” da questão… Combinar! É a palavra chave nesta relação. Se quizer colocar no papel, de repente é bom… já dizia o velho “ditado”: “o que é combinado não é caro nem barato!” Estipular horários de trabalho. Se o cliente que o corretor numero um atendeu de manhã ligar de tarde e o corretor dois lhe atender o que deve se fazer? O que o gerente faz? Ele pode agir como corretor também? No momento em que o escritório está somente com ele? ou vai ser rodizio, cada hora atende um? Então esta relação pode ser super saudável, como já presenciei em minha vida profissional e empresas de
colegas, sempre agindo com respeito…com ética! Lembrando que seu colega tem suas ambições, motivos de estar ali trabalhando, ideais, etc… Vale lembrar que se ele vender, a empresa em que está trabalhando vai ganhar reconhecimento, melhorar suas condições de trabalho, poder anunciar mais, vender mais, captar mais, etc.
Segunda parte: Entre Imobiliárias e CorretoresUma imobiliária ou corretor autônomo pode optar por trabalhar sozinhos ou em parceria com outros. Escolheu sua opção? Eu sempre escolhi por ter parceiros, fazer parcerias de negócios, entre um grupo seleto de empresas e/ou profissionais autônomos. Eu, por exemplo, que tenho um escritório na região centro-sul, preciso de um corretor de minha confiança na região do bairro Castelo. Outro parceiro que eu possa indicar para um cliente na região do Barreiro, da Pampulha, etc. Não posso abraçar toda a cidade, podemos ter uma forma arredondada mas não somos uma bússola. rs…
Estes dias recebi uma ligação de um corretor que serve como um bom exemplo:
– Marcelo estou vendendo um hospital em Belo Horizonte, se tiver algum cliente pode oferecer…( ligação de um corretor autônomo, estamos nos conhecendo agora e não tivemos nenhuma relação comercial
ainda).
– E qual o valor, tamanho do imóvel e localização? Indaguei e ele respondeu:
– Você tem cliente para ele? Só marcar com ele que te acompanho.
Agora venhamos e convenhamos…como vou ligar para meu cliente e oferecer um imóvel que nem sei onde fica, não conheço, etc… que por desconfiança do colega de profissão, ele não quer me dar todas as informações, por dizer já ter sofrido prejuízo nos últimos tempos.
Então, se nesta relação há dúvida, a meu ver, não tem como haver negócio.
Temos de ter uma relação plena de confiança ou não ter. Por isso disse no início: Você opta por trabalhar com parceria, ou não? E aí escolhe o seu grupo.
Quando temos confiança entregamos todas as informações a este colega e realmente se torna um parceiro e o comprador sentirá firmeza pelo imóvel. Costumo brincar com um parceiro quando ele me passa a mercadoria ou informação de um imóvel, pedindo a conta bancária para o depósito, outros já me perguntam se tem como adiantar uns 20% da comissão. Isso tudo é confiabilidade. Com certeza que para tal exige alguma indicação, referência, uma bagagem que se adquire com o tempo.
Algumas empresas abrem filiais ou franquias tendo o contrôle quase por completo na questão de fidelidade e confiabilidade entre elas. Outras abrem redes de imobiliárias, imobiliárias associadas, enfim um meio de se relacionarem, às vezes via internet, intranet ou mesmo relatórios de ofertas, ligações telefônicas, etc.
Não tem coisa melhor nesta relação que a transparência! Tratar a captação de seu parceiro como sendo sua captação, tratar o comprador do parceiro como seu cliente… pois se tornam uma empresa neste momento. Estão juntos para somar !
Seguindo desta forma, prestigiando sempre as entidades de nossa classe, aperfeiçoando sempre através de cursos, palestras, etc., estaremos mais e mais nos valorizando e fazendo-nos mais e mais respeitados pela sociedade.
Há dentro de nosso código de ética, no Art 3º, o qual trata a relação ao exercício da profissão, a classe e aos colegas, pontos que devem ser observados e realmente praticados por nós profissionais.
Leiam e pratiquem na integra. Só temos a ganhar com isso! Confira no endereço: “cmi.com.br/leis/popups/eticadocorretor/main.php”>
cmi.com.br/leis/popups/eticadocorretor/main.php Terceira parte: Relação Compradores e IntermediadoresEsta parte é a pedra no sapato de nós profissionais e ao mesmo tempo nosso ganha pão.
Sigo o mesmo principio. Se você quer comprar um imóvel tem duas opções: Procure um profissional e peça a ele para tentar localizar para você, procure anúncios nos jornais e procure estes corretores para lhe passar informações e caso esteja dentro de suas expectativas, procure visitar o imóvel. Pode também comprar diretamente os proprietários: sair para a rua, procurar, ver placas de proprietários e tentar achar com seu proprio trabalho. Nada lhe impede de fazer isso.
Isso realmente vai lhe fazer “economizar” os 6% (honorários do corretor) na compra do imóvel. Obviamente terá um custo para isso. No minimo você vai gastar sola de sapato, ou sandália ou aproveita e faz uma caminhada para perder aqueles quilinhos adquiridos.. Tá bom … estava passando pela rua, viu uma placa, achou sua casa… linda demais, procurou o dono da casa e ele todo sorridente lhe mostrou a casa, realmente foi paixão à primeira vista… vai querer comprar e o
cidadão vai te querer vender… resolvido. Agora onde vão? Aconselho ir em um cartório de notas e pedir para lavrar uma escritura de compra e venda e eles com certeza possuem profissionais, despachantes que lhe cobrarão talvez, aproximadamente um salário mínimo para providenciarem a escritura, onde fará o pagamento do imóvel. Estará tudo resolvido, quando as certidões estiverem prontas, o Imposto municipal de transmissao for recolhido, em aproximadamente uns dez dias. Ai vão ambos para suas casas, felizes e sorridentes… Vai que nesta mesma noite aparece um vizinho
e lhe oferece uma oferta melhor que a que voce viu… e agora? Vai desistir daquela? Ou apareceu outro cidadão na porta do dono da casa que você interessou e ofereceu um preço maior por ela? Ele vai respeitar? Vai fazer valer o “fio do bigode”, como antigamente? Realmente ambas partes correm este risco.
Recomendaria fazer uma promessa de compra e venda, no qual ficaria pactuado entre as partes as condições de compra, data de entrega, o que fica no imóvel ou que sai, descrição do imóvel com suas devidas matriculas mencionadas, responsabilidades, penalidades, demais acordos que serão pactuados entre comprador e vendedor… Isso sem contar que deve ser feito uma pesquisa nas condições do imóvel e do vendedor. Saber se o imóvel possui alguma divida, cobrança judicial, trabalhista, justiça federal, protesto, etc… Dividas estas que amanhã podem recair sobre este imóvel e comprometer seu imóvel adquirido.
É esta tranquilidade que nós corretores devemos passar para a sociedade, através de ações dentro da ética profissional, sendo assim, jamais iriam cogitar em fazer uma transação imobiliária sem a assistência de um profissional do ramo.
Pense em outro aspecto: Você vai em um médico, pede a receita, é consultado e obviamente paga por esta consulta. Havia outras opções, poderia ir em um “raizeiro” e comprar a raiz que ele disser que geralmente é boa para tal sintoma, arrisca-se. Pode também pegar experiências de um vizinho que “tomou um medicamento e a dor sumiu” e vc compra o tal do Doril. Agora ir à um médico, ser consultado e pular o muro do hospital antes de pagar pela consulta ou usar a receita que um vizinho usou quando estava com as mesmas dorzinhas do estômago, costuma ser arriscado também.
Quando disse acima na opção de comprar através de um Corretor ou não, estou mencionando aos compradores que utilizam muitas vezes de informações e tempo de profissionais e anti-éticamente tentam ou fazem a negociação diretamento com o Vendedor, tentado se livrar dos serviços já utilizados.
Em qualquer segmento, um profissional deve ser respeitado. Respeite também o Corretor de imóveis. Ele quer o bem pessoal, quer crescer e ser valorizado por seus atos dentro da ética que trabalha.
Quarta parte: Relação Vendedores e IntermediadoresEsta é a relação que coloquei em um texto que gostaria de mencionar:
o Corretor da Família “cmi.com.br/informa/index.php?codigo=232″>cmi.com.br/informa/index.php?codigo=232 . Após a confiança adquirida por anos, indicações de familiares, colegas de trabalho, etc., vai se tornando crescente esta relação, ao mesmo tempo aumentando mais e mais a responsabilidade do profissional.
Creio que o fortalecimento desta relação se dará de acordo com o modo que é cuidado os Vendedores, que às vezes são Compradores, por nós Intermediadores e que se tornaram muito mais do que isso: Foi criado uma amizade fundada em confiança, simpatia, transparência e várias outras qualidades que somam a esta relação.
Há centenas de meios de manter a credibilidade da nossa empresa no pensamento do Cliente. Por exemplo: enviar cartões de aniversário, de fim de ano, datas comemorativas, etc. Mas, não tem lembrança melhor que a boa experiência que tiveram com o profissional. Você vai ao médico ele te recomenda algo e é batata! Acertou em cima e você cura daquela gripe ou outra doença. Você vai ao açouque e pede uma carne boa pra churrasco. Ele separa algumas peças e após assá-la você percebe que realmente é super macia e deliciosa.
Você pega um táxi e o motorista com uma prosa maravilhosa faz tornar aquele engarrrafamento em uma deliciosa viagem ao interior com direito à pescar e chupar jaboticaba debaixo daquela sombra, tomar leite ao pé da vaca. No final do percurso você pede ao motorista seu cartão, celular e às vezes até marca uma volta breve.
É assim como corretor de imóveis. Temos a obrigação de tornar aquele momento de stress, de preocupação, num momento de graça, em que está sendo realizado um grande sonho, pois envolve uma história, uma economia preciosa, uma mudança, realmente um momento singular que deve ser valorizado pelo corretor. E nós, como corretores, estamos neste momento fazendo parte desta história, estamos sendo um veículo para que esta graça aconteça.
Outro aspecto de bastante importância é o momento em que estamos visitando uma residencia para avaliação ou apresentação do imóvel ao provável comprador. É um lar que merece nosso respeito e carinho.
Temos de nos preocupar quem vamos levar naquele imóvel. Se realmente, após o contato que teve com o provável comprador, este possui o perfil daquele imóvel, possui condições para adquirí-lo ou seria um curioso, especulador e até mesmo alguém que de má fé que queira saber o que possui naquela residencia para um futuro ato. Esta
sensibilidade faz parte de nosso trabalho, digamos que uma pscicologia prática, coisa que conseguiremos através de vivências, observação, questionamentos que devemos fazer aos compradores para evitarmos estar, por exemplo, levando um cliente com um perfil “x” para visitar um imóvel com perfil “y”. Estariamos perdendo o precioso tempo de nosso comprador, o do corretor claro e o tempo e expectativa de venda do Vendedor .
Outro ponto importante no nosso Código de Ética, e que deve ser bem observado por nós corretores, é o parágrafo XVIII – Reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade de realizá-lo. – Muitas vezes podemos trabalhar um imóvel a qual prometemos dedicar tempo, trabalho, investimento com anúncios, etc e não fazendo isso, talvez por estar fora de nossa área de atuação, estarmos sem condições de investir neste imóvel e ao mesmo tempo estaremos segurando um negócio
e fazendo que o proprietário fique preso e sem saber o que realmente está acontecendo. Neste caso cabe ao corretor, ter a humildade de reconhecer que não está apto para efetuar tal venda e indicar um colega ou devolver a exclusividade ao proprietário com transparência.
Com certeza este o valorizará mais ainda.
Este texto foi elaborado pelo companheiro abaixo e divulgado com sua autorização!
MARCELO EMEDIATO ÁLVARES
Creci/MG.:12891 –
Belo Horizonte – MG –
“marceloalvaresimoveis.com.br”>marceloalvaresimoveis.com.br
-
AutorPosts
- Você deve fazer login para responder a este tópico.