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Mestre19 de setembro de 2007 às 17:39Número de postagens: 1737[justify]São Paulo, 19 de Setembro de 2007 – Atividade deve crescer em média 9,8% ao ano até 2010, segundo estudo da FGV. AAtividade deve crescer em média 9,8% ao ano até 2010, segundo estudo da FGV.
A construção brasileira pode ser a grande beneficiada da crise imobiliária norte-americana, se ela não tomar maiores proporções. Na definição de Fernando Garcia, coordenador da FGV Projetos, a combinação de crescimento da construção em ritmo chinês, tomando referências no mercado coreano e atraindo investidores internacionais que antes estavam focados no México e Estados Unidos, resulta em um cenário otimista de crescimento.
“Se o cenário macroeconômico se mantiver, a média de crescimento da economia brasileira até 2010 será de 4,6%, com média da construção de 9,8%, ritmo chinês de crescimento”, avalia Garcia. “Os dois próximos anos estarão alavancados por grande obras de infra-estrutura também, o que ainda não se reflete este ano.”
O percurso é parcialmente dependente da contínua atração de aportes externos, que devem se manter em expansão. Na Bolsa de Valores de São Paulo, a participação de recursos dos investidores estrangeiros no mercado de ações brasileiro já chega a 74% este ano, não só para o setor de construção, contra 67% no ano passado, segundo dados da Bovespa. Em algumas incorporadoras, caso da Gafisa, a participação de estrangeiros ultrapassa 70%.
Para Bruno Werneck, advogado do escritório Thompson & Knight que vem assessorando investidores estrangeiros interessados no mercado brasileiro, a melhor medida para avaliar o interesse é que hoje eles já consideram investimentos com retornos menores do que exigiam antes. “Em 1995, quando o momento para a construção era semelhante ao atual, estrangeiros só cogitavam investimentos no Brasil com taxas reais acima de 15% a 20% ao ano”, afirma. “Hoje ele aceita uma taxa de país desenvolvido, como 8 e 9% real, o que significa que o investidor não quer achar ouro aqui, mas estabilidade.”
Garcia ressalta que o cenário nos Estados Unidos resulta de uma conjunção dos últimos quatro anos, que gerou uma carteira altamente arriscada, com sobrevalorização dos imóveis, gerando descompasso no valor dos ativos e passivos. “A formação bruta de capital fixo na economia americana caiu 2,7% nos últimos 18 meses, mostrando que a crise imobiliária já se propagou para o restante da economia americana.” Estima-se que os chamados subprimes (empréstimos de alto risco) representem cerca de 30% da carteira hipotecária do país hoje, enquanto nos anos de 1990 ficavam com participações entre 8% e 10% ao ano.
A consequência, segundo Garcia, é sentida no volume de exportações ao mercado norte-americano. Em 2005 as exportações brasileiras cresceram 20%; no ano seguinte, 16%; hoje estão com expansão próxima de zero. “Os EUA representam 16% do total. A crise não tira nosso potencial, que cresce mesmo com câmbio valorizado, mas pode desacelerá-lo.”
Por outro lado, os investidores que praticamente saturaram aportes no México e encolhem as apostas nos Estados Unidos estão de olho nos mercados imobiliários mais aquecidos, caso do Brasil. Para os investidores, as margens do País são altas e o risco semelhante ao mexicano. “Temos um crescimento sustentado, sem pressão para elevar taxas de juros, o que pode assegurar uma expansão da construção três vezes maior que a atual dentro de cinco a dez anos”, diz Garcia.
Para Werneck, o País não corre o risco de ser contaminado por uma bolha imobiliária. “O subprime é um tipo de financiamento que basicamente desconsidera o histórico do tomador de crédito por juros mais altos, de 7,5% ao ano. É uma taxa bem abaixo do que o melhor credor consegue no Brasil, mesmo cercado de todas as garantias de pagamento”, diz.
“Nosso crescimento continua de vento em popa e o investidor que gosta do mercado imobiliário pára de olhar para os Estados Unidos e busca novas fronteiras agora.” Não dá para dizer ainda que o volume de aporte estrangeiros é causa dessa migração de capital, mas contribuiu. “Fundos americanos, como o Kimco, já anunciaram interesse em investir no mercado imobiliário do País.” Outros, como o Equity International, do investidor Sam Zell, buscam aumentar a participação da carteira no setor.
[/justify] (Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág.
(Maria Luíza Filgueiras) -
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